15 outubro 2009

Editorial

A música faz parte de todos os momentos de nossa vida. Existem canções que nos faz lembrar algo ou alguém. Outras nos remetem a situações vividas, ou até mesmo nos faz pensar nos nossos maiores desejos. O fato é que a música que ouvimos é reflexo de nosso estado de espírito.

A produção musical não é apenas uma sucessão de notas, ela é mais que isso, é a maneira de expressarmos nossa cultura, nossas crenças, medos e desejos. Cada pessoa tem seu estilo de música preferido. Essas pessoas têm maneiras de pensar parecidos entre seus pares, acreditam geralmente nas mesmas ou parecidas coisas, têm modo semelhante de ler o Mundo.

Você deve conhecer um rockeiro que abomina qualquer pessoa que se intitule pagodeiro. E por que isso? Simplesmente pela diferença de ritmo? Pela diferença literária dos estilos? Se for pela diferença nas letras, porque cada grupo descreve de maneira tão distinta o mesmo tema? Se partirmos para uma análise dos diversos tipos de música, podemos perceber que em cada letra, cada escolha de ritmo, melodia e harmonia, está empregada as crenças, a moral e os ícones do grupo responsável por essa produção.

A maior parte dos meios de comunicação trata a música apenas como material da cultura de massa, algo apenas feito pra ser vendido. Nós queremos falar que música é feita e consumida por gente. Alguns colegas nossos esquecem que a música é uma maneira de expressão cultural de um determinado povo. Vamos repensar nossos conceitos! Vamos dar um olhar mais humano às coisas, e assim tentar construir uma sociedade menos preconceituosa. Julgar a pessoa pelo ritmo sem saber os motivos que levam essa pessoa a ouvir aquela música é fácil, porém se buscarmos compreender as razões que cada um tem nas suas escolhas tanto para música, quanto para outras decisões pessoais, teremos consciência que tais escolhas são totalmente coerentes para o contexto de determinado indivíduo.

Essa é a nossa proposta mostrar que além do ritmo existe uma questão cultural por trás de toda produção musical. Demonstraremos isso sem preconceito e de maneira mais justa possível. Ter preferências musicais não é pecado, mas desrespeitar ao outros tipos é um grande erro.

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